sábado, 27 de outubro de 2012

Fulgaz


 Não era o momento certo para sonhar, 
o dia estava claro, 
e eu podia ver de minha janela 
que o lívido sol já beijava as rosas do jardim.
 Eu sabia que eram beijos 
porque elas dançavam suavemente,
 esquecidas dos corvos
e das mãos ladras 
que as espiavam através do muro. 
Não, já não poderia sonhar estando dia claro,
 todavia, a noite tem passado com mais pressa,
 e não sei por que, 
mas minha ânsia de beijá-lo 
tem crescido, 
tanto quanto este tumor de tristeza
 que cresce a cada minuto,
 e como dói! 
Imagino-te, agora, acordando, 
escovando os dentes. 
Imagino teus pensamentos, a roupa que vestirás
Só não posso mais é sonhar com minha eternidade:
Por tua causa
 Virei fulgaz.

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