domingo, 16 de março de 2008

Dominguinho gostoso he-he-he!




Ganhar é bom. Perder a gente tem que aprender. Bola pra frente, meu Fogão! Não trabalhei no meu roteiro para o Festival de Cinema Ceará mas gostei do meu domingo :D

sábado, 15 de março de 2008

Realismo fantástico - Dos personagens

Carl Gustav Jung











Realismo Fantástico


Este é um gênero difícil de ser explorado. Nós já temos tendências naturais para a fantasia. As imagens nos sonhos.
Roteiristas são operários da psicanálise e de estudos antropológicos. De que outra forma nós poderíamos 'inventar' personagens?
Há filmes - brilhantes - que se originaram de grandes livros, sem dúvida, como o super clássico E o vento levou... Porém, aí neste livro a escritora Margaret Mitchell invariavelmente desenvolveu seus personagens a partir de um estudo sobre seus perfis psicológicos. Não necessariamente em cima de psicanálises, eu presumo. Afinal os roteiristas são seres repletos de idiossincrasias e são vários os métodos de criação.
Criar um personagem é muito mais que escolher uma 'pessoa' para protagonizar ou antagonizar uma estória. O personagem, via psicanálise, é um ser real e ele já nasce vivo na mente do autor. Ele é verossímel e será eternizado em sua obra, seja na literatura ou no audiovisual que é do que tratamos aqui.
Meus personagens respiram, defecam, têm realções anais, erram e sonham. Mas não há como ignorar a complexidade de compor um personagem 'real'.
Eu pessoalmente seria incapaz de conceber meus personagens sem fundamentar-me em dois assessores que eu assumi há tempos. Desde que, adolescente, escrevia e rabiscava pequenos contos e diálogos, na pretensão de serem parte de alguma peça para teatro.
Meus personagens têm sangue e loucura. Consciente e inconsciente. E, de certa forma, minha principal base de conteúdo criativo são Jung e Freud. Muitas vezes relidos por autores contemporâneos. Mas a base psicanalítica é uma constante em minhas criações.
Esses dois são meu bálsamo na hora em que sangro em busca de verdades para meus arquétipos.
Jung separou-se de Freud quando divergiram com relação a origens existenciais. Doutor Freud cria totalmente base sólida nas essências sexuais e traumáticas do indivíduo; enquanto Gustav Jung, por sua formação religiosa e cega (por parte de seu pai), passa a desenvolver a teoria de que há um espiritualismo atuante em cada ser individual e no todo, de certa forma. Já salientava aí, a partir de Jung o Holismo, bem mais aceito e buscado hoje em dia.
Criar personagens, definitivamente não é tão fácil assim. Se mesmo nós, digamos, personagens reais, precisamos de autocredibilidade para refletirmos no outro, que dirá um personagem fictício, que é mais metafísico, fantasmagórico que a maioria de nós?
Por exemplo:
Eu tenho uma personagem no teatro, a Valquíria, que carrega em si outras personagens na forma de síndrome de múltiplas personalidades.É a peça "A demência das Valquírias". Neste contexto dramatúrgico eu exploro algumas possibilidades de desdobramento de uma mulher, do ser humano. É a metáfora da hipocrisia, onde Valquíria é, ao mesmo tempo, um escritor de thrillers, médica psiquiatra, prostituta e ainda mantém um romance pecaminoso com um meio irmão. Pura análise da alma humana, mas fundamentada em estudos freudianos e jungueanos, claro.
Este post era para falar de realismo fantástico, gênero que mistura surrealismo com certa necessidade de dramatizar a vida. Mas acho que ficará para a próxima. Odeio posts longos.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Duda Ribeiro












Esse aí, ao lado da Carol Castro e do Marcelo Faria é Eduardo Ribeiro, o Duda. Além de ser meu amigo, é um cara ser humano e que vem me dando muita força em meus trabalhos, eu que sou uma eterna aprendiz das artes.
Não por acaso, Duda Ribeiro é um de meus mestres, e como professor autodidata como ele mesmo diz, tem se superado, dado um banho de cultura e sabedoria nos quesitos roteiro, direção, atuação, dramaturgia. Ou seja, o cara sabe tudo e mais um pouco.
Profissional dedicado, ele vê a arte como toda a finalidade da vida.
Estar com ele é sempre uma festa, pois a alegria que emana de seu espírito é contagiante.
Acima algumas fotos na minissérie Amazônia, como Jeca Tatu no Sítio do Pica-pau amarelo e na recente montagem de Dona Flor e seus dois maridos. Sucesso absoluto.
Como estou em meu último semestre, achei legal homenagear um dos maiores profissionais do meio. Um dos maiores atores, diretores e roteiristas do Brasil.
Vida longa e merda sempre Duda Ribeiro.

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quarta-feira, 12 de março de 2008

Numa esquina escurinha na madrugada





CENA5-RUA-EXTERIOR/NOITE
MARCO E AMANDA CONVERSAM ENCOSTADOS NO MURO.

MARCO - O filme era ruim. Ainda sinto tesão e medo de mudar.

AMANDA - Um drama para você não cairia bem mesmo. Larga logo tua mulher.

MARCO - Não sei acordar sem aqueles cabelos no meu peito.

AMANDA - Isso é mesmo um drama. Mas se não tem amor. Discutem só a crise econômica e o preço do presunto. Ou quem vai lavar a louça?

MARCO - É fácil pra você ironizar as merdas dos outros. Mas não me engana, Amanda. No fundo você não é lésbica. Eu sei.

AMANDA - Só porque transamos em estado de absoluta solidão não significa que tenho dúvidas das minhas convicções.

MARCO - Sexo não é convicção. É questão de prazer. Vontade.

AMANDA - E você ainda sente prazer com tua mulher?

MARCO - Às vezes, quando estou bêbado.

AMANDA - Pois então, meu caro.

MARCO - E você se sente o máximo em colecionar garotas. É isso?

AMANDA - Marco. Eu não coleciono garotas. Eu apenas fico aberta a novas emoções. Se você se fecha em um casamento de merda, o prejuízo é seu. A vida corre e geralmente na contra-mão.

MARCO - Na contra-mão? Não entendo, Amanda. Suas metáforas são tão fraquinhas.

AMANDA - Só digo que é ridículo você ficar preso a um corpo que nem prazer te dá mais. Você é covarde, Marco. Simples assim.

MARCO - Quer transar?

AMANDA - Não sei. Você quer?

MARCO - Quero!

AMANDA - Tá.

CORTA PARA

terça-feira, 11 de março de 2008

Orson Welles não matou o monstro


Quem gosta de cinema sabe que que War of the Worlds - Guerra dos Mundos - de Spielberg, com Tom Cruise no papel de herói, foi na verdade uma produção radiofônica na década de trinta, quando Orson Welles adaptou o livro de Herbert George Wells para o rádio que na época era o meio de comunicação de massa mais importante e de total credibilidade. Isto fez com que a estória dos alienígenas que invadem a terra causasse verdadeiro pânico em muitos ouvintes. Houve mesmo caso de mortes. Tamanha comoção causada pela dramaturgia radiofônica.
Orson Welles- Cidadão Kane -, talvez não tivesse tanto interesse em tal frenesi do público.

Mas o que pouca gente sabe é que o filme de Spielberg está longe das ideologias de Welles que, controverso ator, diretor, roteirista e produtor, insinuava com a adaptação de Guerra dos Mundos para o rádio, uma associação da máquina americana invadindo a Europa. O 'monstro' era na verdade o preconceito com as minorias. Cínico e revolucionário. Assim era Welles.
Entretanto em Hollywood tudo vira festa. Desta forma, Tom Cruise passa a ser um pai de família, valorizando esta instituição. O herói americano que salva o mundo. E seus adoráveis filhos. Quanta ironia.
Orson Welles, ou ri lá do outro mundo... Ou desiste de vez.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Olhar sonorizado

fotografia Helmut Newton











Fazer cinema é fácil. Filma o que teu olho vê, imagina o que tua alma regozija. Pega a câmera, acende a idéia e mergulha fundo no sonho audiovisual.
Olha mesmo! Invade com tesão a tua estória e conta depois para quem quiser prestar atenção no que tu olhaste.
Tua lente é poderosa. Tu és o primeiro espectador da tua idéia. E mesmo em silêncio tu ouves vozes nas imagens. O som, o som, o som!
O som da tua idéia!

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domingo, 9 de março de 2008

Story Line

WEST SIDE STORY - AMOR, SUBLIME AMOR



Quando pensamos em uma idéia para um programa, e este é o primeiro passo, convivemos com essa febre por tempo indeterminado. Dependendo do projeto pode levar semanas, meses.
Idéias são proliferantes nas cabeças dos roteiristas. Eles dormem e acordam tendo as mais loucas & diversas idéias 'geniais'.
Garcia Márquez ensina, e muito bem algo que a princípio pode parecer desencorajador para o roteirista. A'derrubada de idéias'. E o papa do roteiro cinematográfico Syd Field ensina como ninguém a desenvolver uma estória a partir da Story Line em um livro perfeito e completo.
Num grupo de criação pode-se chegar com uma idéia perfeita para um projeto. Uma estória que poderá se transformar no filme de sua vida ou no programa de TV que mudará a televisão, o sistema de entretenimento. Mas alguém do grupo simplesmente 'derruba' a sua idéia. Lá se vai seu melhor projeto.
O que estou tentando dizer é que fazer roteiros não é tão simples como possa parecer a princípio. Há quem pense que fazer gravar imagens e sonorizar é o que caracteriza 'Cinema'. Mas o audiovisual é um mundo complexo de idéias e filosofias.
Mergulha-se em Foucault no cinema contemporâneo, Sócrates... Um sem fim de pensadores para fazer, às vezes um simples curta-metragem.
O maior desafio do roteirista talvez seja exprimir sua idéia em apenas cinco linhas. É o que chamamos de story line..
Um exemplo de Story Line. Exemplo do filme West Side Story, ou Amor, sublime amor. O musical de 61 dirigido por Jerome Robbins e Robert Wise que alavancou 11 Oscars.
Mas antes da sinopse, poderíamos resumir a estória assim:

"Musical que retrata temas sociais como racismo, xenofobia e a carência de jovens pobres que não têm opção de vida na cidade de Nova York.
Baseado no clássico Romeu e Julieta de Shakespeare, o filme conta a estória de dois jovens que se apaixonam e por serem de gangs inimigas, desemboca em trágico desfecho quando a violência denuncia o abandono desses jovens perdidos."

Apesar da formatação, esta é uma story line de exatas cinco linhas.
É assim, simples e direto. Por isso é melhor apresentar a story line para que sua idéia não seja derrubada depois de um calhamaço de sinopse.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Inquietações e mudanças!

Este blog surgiu da necessidade d'eu falar sobre a arte do audiovisual. Comentar filmes, diretores e televisão. É isto que estudo e ano que vem farei pós graduação em cinema.
Espero que gostem deste novo formato que inaugurarei na próxima semana.
E a notícia boa (ao menos pra mim) é que estou de volta ao Blog da Dai. Foi lá que tudo começou. Lá eu derramo lágrimas de crocodilo, choro e rio e o mais emocionante é que o Dai foi meu primeiro blog depois que iniciei na blogosfera no Lendo.org do André Gazola, excelente pessoa, acadêmico de Literatura.
Desta forma sintam-se à vontade em visitar-me. As portas estarão sempre abertas, tanto aqui como no Dai.
E enfatizo que sem vocês nada sou.
Meu amor é de verdade, ainda que virtual, considero-o visceral e real.
É isso aí. A gente se 'vê' he-he-he.
Beijos, amigos lindos :)

quarta-feira, 5 de março de 2008

Polzonoff e o Padre Renato





Hoje, ao anoitecer, um clima fresquinho, dei um pulinho no blog do amigo jornalista Paulo Polzonoff e li um artigo muito profundo e interessante, onde ele reflete a respeito dos valores humanos. Do Bem e do Mal.
Eu também encontro-me em estado reflexivo. Não temendo o Mal ou tentando ser do Bem. O Paulo decifrou bem este enigma das convivências, afirmando que não podemos mudar a forma de pensar do outro, porém podemos e devemos manter longe de nós, pessoas não gratas.
O artigo é pura reflexão e nosso amigo escreve como poucos. É um jornalista de mão cheia e sua cabeça é cheia de razão. Mas seu coração emana emoção e tudo se equilibra, fazendo deste seu blog um dos melhores lugares para se visitar na blogosfera brasileira.
Ah, sim, eu ia me esquecendo de falar do padre. É que enquanto eu lia Polzonoff, uma procissão inédita passava pela minha janela e eu corri para ver o padre Renato rezando pelo bem estar das pessoas. Orando, pedindo a Deus proteção para os homens de boa vontade.
Embora não seja católica e nem nada (acho), não pude deixar de registrar certa emoção neste momento. Graças a Paulo Pozonoff eu rezei um Pai Nosso neste anoitecer inusitado.

terça-feira, 4 de março de 2008

Animal

Se ele me perguntou, não sei bem... Não me lembro
Mas se ele mo indagasse agora, eu prontamente responderia
Que melhor seria que sua vista vagasse que nem vagalume
De encontro aos miseráveis insetos que arrastam-se irradiantes
Durante, no meio e até antes de descobrirem-se nada!

Assim sente-se, talvez, uma mulher só,
Ou um paralítico desumano que aleijaria um cão
Se fosse necessário roubar-lhe os ossos.

Eu sou, quem sabe, um poste onde aquele cão mijou sem pernas
Ou até mesmo o extinto vagalume de meus dias solitários
Quiçá até um defecar do inseto que viveu por algumas horas...

De qualquer forma, a mulher rasteja sempre
E esta deve ser a cadeia alimentar das trágicas aberrações...
Afinal, um come o outro, sugando o linfa
E o prazer por pura inveja
De jamais conceber o amor do outro.

Agora, apago as luzes e saio voando como o vagalume
E por isso poderei vagar e vagar.
Só que eu tenho pressa
Porque, assim como o cão
Os insetos e os postes
Tudo, tudo um dia há de acabar...

sábado, 1 de março de 2008

Psicologia pra quê?




Era um prédio antigo. Desses que possuem dois ou três apartamentos por andar e que em baixo têm comércio, tipo padaria dúbia, boteco e lojinhas sem alvará, que revendem roupas revendidas do cara que, além de barbeiro (de verdade, que corta cabelo de homens e faz barba), sempre fora conhecido como o estilista que deixava as donas de casa mais magras e seus maridos mais furiosos. Não que suas esposas ficassem mais bonitas. Mas elas, sob a indução do mascate suburbano, desfilavam com roupas incrivelmente ridículas. E ninguém as convenceria do engodo pseudo-judeu a que estavam entregues.

Mas acontece que o tal barbeiro começou a exagerar. Não bastasse envolver as mulheres dos trabalhadores que sonhavam (os trabalhadores) com as gatas da Playboy, o danado fora acometido por uma idéia fantástica! E, diga-se de passagem, o homem era perspicaz. Todo o prédio ficou cliente dele.

Reuniu todas as adolescentes e passou a vender roupas 'moderninhas' para as meninas inseguras do bairro.

Nota-se que nesta época, ainda não havia shoppings e nem estilistas reconhecidos por aqui nesta terra que a princípio, o pessoal andava nú.

Mas ele tinha o dom da auto-estima. De elevá-la ao máximo, a qualquer preço. Por isso suas roupas eram caras. Mas as prestações eram pagas a perder de vista. Cortava bem cabelos de homens. Barbas bem feitas. Tinha também um compromisso com o perfeccionismo. Não vou negar.

O tempo foi passando e eu fiquei sem ver este vendedor por anos. Agora, devo admitir que eu mesma fora vítima de seus argumentos estilísticos.Sim! Esta crônica é uma vingança que cometo porque fui vítima do rei do mau gosto. O Everaldo. O cara que, independente de meus sinais mímicos à minha mãe, conseguia renovar meu guarda-roupa, sempre com aquele olhar vencedor de quem sabe convencer alguém comprar areia na praia. Ou gelo no Polo Norte. E eu só tinha treze anos!

Não fiz terapia por isso. Até porque não teria coragem de confessar ao psicólogo que deixei o 'coiffeur' cortar meu cabelo umas três vezes. Corte masculino. Curtinho. Afinal, ele era apenas um barbeiro. Só minha mãe não o notara.

E pra não ficar aqui fazendo análise tardia, vou terminando e contando, com o maior prazer, o que foi feito do Everaldo...


Ele é hoje um senhor bem menos fofoqueiro. Ainda vende roupas para pessoas sem gosto. Não sei se alguém as compra.

Mas quando cruzo com o odioso mascate por aí, sempre pergunto por sua filha mais velha (ele teve duas), e eu amo quando ele responde: "Ela está bem."

Mas ela não é exatamente a filha que ele idealizara. Que frustração. A menina jamais repetiu um ano na escola. Passou no vestibular e se formou em Psicologia na UERJ.

E eu pretendo um dia ter com ela. Eu só perguntarei onde corta o cabelo. Ou onde compra suas roupas.

Mas sempre regozijo em saber que seu pai fora sua cobaia por anos e que Everaldo foge da filha como o diabo da cruz. Acho que Deus existe, afinal.

Adagas





Mais um crime aqui no Rio de Janeiro. Aqui perto de casa. Aqui no mundo.

Ele nem queria deixar transparecer que era um homem sem infância,
E sorrateiramente entrou no mundo de Eliza, esta menina sem muita sabedoria
Que o permitiu vasculhar suas pernas, seu guarda-roupas e seu diário.
Mas ele não sabia o que fazer com esta flor tão jovem em seus braços
E desabou seu corpo sobre o dela com adagas pontiagudas e frias palavras,
Lâminas sangrando o coração de Eliza, Elizabete, Bete nas mãos da besta.

Olha lá em cima, Eliza, as nuvens te levarão a um mundo outro...
Agora teu corpo flutua e teu espírito descansa daquele homem vilão.
No chão de tua casa a perícia recolhe as provas do teu desamor.
Calma, Elizabete, ele pagará pelo que fez... Como? Não sei bem.
Mas acho que tem a ver com inferno, um monstro morderá sua consciência
Sempre que lembrar que lavou com sangue o amor de Eliza...
Esta menina que deixou seu diário e suas roupas como herança perdida.

Pobre Eliza, pobre homem sem razão. Seu coração é um canhão,
Mãos de um beija-flor assassino que escreve letras de música
Mas quem cantará no enterro de Elizabete?
Rouxinós favelados, bandidos armados zunindo o estilhaçar covarde?
Descanse Elizabete. O pior já passou. A agonia finda junto aos teus.
Sei que sentiu as dores do amor marginal e do ódio de um drogado...

Mas daqui eu ouço um tilintar que vem de longe,
Serão anjos a te buscar, minha Bete querida, serafins afim de te levar
À Terra do Nunca, ou nunca mais verás o sol da tua praia e fim?
Calma menina. Descanse enquanto nós iamginamos teu algóz enforcado
Na cela de uma cadeia.